REFORMA DO ENSINO MÉDIO: SUBORDINAÇÃO DA FORMAÇÃO ESCOLAR À LÓGICA DO MERCADO DE TRABALHO PERIFÉRICO
Resumo
As reformas educacionais no Brasil são sempre permeadas de aspectos relevantes a serem
discutidos. Derivam de repetidas tentativas de se trazer algum tipo de mudança no âmbito social,
cultural e político, sempre defendidas por narrativas de que a qualidade na educação não é utopia,
é sim realizável. Independente da modalidade de ensino que se possa destacar dentro de um espectro
de (re)organização de políticas educacionais, percebemos que a toada histórica da educação
em nosso país sempre seguiu a melodia das diretrizes estabelecidas por reformas influenciadas por
quatro concepções de cunho sócio-histórico: a concepção de homem; a concepção axiológica; a
concepção epistemológica e a concepção política. O aspecto axiológico ou a dimensão axiológica
de determinado assunto implica a noção de escolha do ser humano pelos valores morais, éticos,
estéticos e espirituais. A axiologia é a teoria filosófica responsável por investigar esses valores, concentrando-
se particularmente nos valores morais. As concepções epistemológicas nos conduzem
a reflexões sobre a construção do conhecimento e, quando tais reflexões são direcionadas para o
contexto educacional, possibilita compreender que o processo de ‘ensinagem’ também perpassa
por uma análise e observação epistemológica.